Fui Bocage, o Rei das Broncas !

Nasci Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage, em Setúbal no dia 15 de Setembro de 1765 e morri em Lisboa em 1805. Dizem que fui um dos maiores poetas portugueses e possivelmente o maior representante do arcadismo lusitano.

Herdei o Barbosa por parte do pai e o Hedois du Bocage do avô materno.Apesar das numerosas biografias publicadas após a minha morte, boa parte da minha vida permanece um mistério. Fui um homem moderno, pois acreditei sempre mais no sexo do que no amor.

Por causa das minhas broncas e da minha vida boémia estive engavetado no Limoeiro, no cárcel da Inquisição, no Real Hospício das Necessidades e até no Convento dos Beniditinos. Foi aí que Frei José Veloso me conseguiu pôr a viver de forma mais decente e recatada.

Morri de aneurisma numa rua do Bairro Alto.Também é lá do alto, que me puz a olhar para este Portugal e para o Mundo de hoje, e resolvi escrever neste blog umas novas broncas.

Nos meus tempos fui perseguido pela Inquisição e pelo Pina Manique, depois veio o Salazar com os seus esbirros da Pide, agora os governos de turno tentam impedir as criticas com perseguições modernas, com as Finanças a perseguir pelo IRS, escutas telefónicas, perseguições nas carreira e etc., etc., mas como eu já estou morto...o pior é para aqueles que ainda estão vivos !

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Salazar - O livro que não convinha divulgar

" Como se Levanta um Estado" - o livro oculto de Salazar

O livro que não convinha divulgar

No prefácio do livro diz-se «Em 1936, uma editora francesa negociou com António de Oliveira Salazar a publicação de um livro que, resumindo as opções políticas e a acção governativa do Estado Novo, constituísse o "cartão de visita" do pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris em 1937.

Praticamente desconhecido no nosso país durante décadas, "Como se levanta um Estado" é uma obra indispensável na análise do fenómeno salazarista e no estudo de um período determinante da História Política nacional.»

Diz a editora - Este livro que agora editamos – e que é praticamente desconhecido do público português – constitui, a vários títulos, um “pequeno dicionário” da ideologia salazarista e da doutrina do Estado Novo. Nele, Salazar procede a uma análise dos factores que conduziram ao movimento militar de 28 de Maio de 1926 e à Ditadura. Enuncia a sua política de saneamento financeiro.

Define as bases ideológicas do Estado Novo. Estabelece os parâmetros da actividade económica no novo regime. Teoriza sobre o papel da família, da educação, das forças armadas. Posiciona-se perante as grandes opções políticas do seu tempo e fixa a política externa.”


Como é que o único texto - e respectiva publicação - que se conhece, redigido pelo homem que mais tempo governou Portugal, permaneceu na penumbra durante anos e anos mesmo entre os meios académicos nacionais, tendo sido publicado não muito longe de cá, na quase vizinha França e num mundo que se arroga a globalizado, é coisa que dificilmente se compreende. Isto tendo em conta parâmetros da mais objectiva sensatez.

Foi preciso uma editora quase marginal entre os meios lusos trazer a público um texto essencial para a compreensão do pensamento do homem que marcou o século XX português.

História do livro - Em meados de 1936, um emissário da editora francesa Flammarion negociou com António de Oliveira Salazar a publicação de um livro que, resumindo as opções políticas e a acção governativa do Estado Novo, constituísse o «cartão de visita» do pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris, a realizar entre Maio e Novembro de 1937

[...] Ignorado no nosso País durante décadas, Como se levanta um Estado mantém-se, pelas suas características singulares, uma obra indispensável na análise do fenómeno salazarista e no estudo de um período determinante da história política nacional.

Logo no príncipio do livro, escreveu Salazar:

A desordem política

«Desde logo, o funcionamento irregular dos poderes públicos - um pouco causa e um pouco efeito de todas as outras desordens. Independentemente do valor dos homens e da rectidão das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supunham ser por direito, os representantes da democracia; e exerciam de facto a soberania nacional, mas simultaneamente conspirando. A Presidência da República não tinha força nem estabilidade.

O Parlamento oferecia constantemente o espectáculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, e escandalizava o País com o seu procedimento e a inferior qualidade do seu trabalho. Aos ministérios faltava coesão; não podiam governar, mesmo que alguns governantes desejassem fazê-lo.

A administração pública, incluindo a das autarquias e das colónias, em vez de representar a unidade e a acção progressiva do Estado, era pelo contrário símbolo vivo da falta de colaboração geral, da irregularidade, da desorganização que gerava, até nos melhores espíritos, o cepticismo, a indiferença e o pessimismo.»

Isto foi escrito em 1936...mas parece escrito em 2007 !

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