" Como se Levanta um Estado" - o livro oculto de Salazar
O livro que não convinha divulgar
No prefácio do livro diz-se «Em 1936, uma editora francesa negociou com António de Oliveira Salazar a publicação de um livro que, resumindo as opções políticas e a acção governativa do Estado Novo, constituísse o "cartão de visita" do pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris em 1937.
Praticamente desconhecido no nosso país durante décadas, "Como se levanta um Estado" é uma obra indispensável na análise do fenómeno salazarista e no estudo de um período determinante da História Política nacional.»
O livro que não convinha divulgar
No prefácio do livro diz-se «Em 1936, uma editora francesa negociou com António de Oliveira Salazar a publicação de um livro que, resumindo as opções políticas e a acção governativa do Estado Novo, constituísse o "cartão de visita" do pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris em 1937.
Praticamente desconhecido no nosso país durante décadas, "Como se levanta um Estado" é uma obra indispensável na análise do fenómeno salazarista e no estudo de um período determinante da História Política nacional.»
Diz a editora - “Este livro que agora editamos – e que é praticamente desconhecido do público português – constitui, a vários títulos, um “pequeno dicionário” da ideologia salazarista e da doutrina do Estado Novo. Nele, Salazar procede a uma análise dos factores que conduziram ao movimento militar de 28 de Maio de 1926 e à Ditadura. Enuncia a sua política de saneamento financeiro.
Define as bases ideológicas do Estado Novo. Estabelece os parâmetros da actividade económica no novo regime. Teoriza sobre o papel da família, da educação, das forças armadas. Posiciona-se perante as grandes opções políticas do seu tempo e fixa a política externa.”
Define as bases ideológicas do Estado Novo. Estabelece os parâmetros da actividade económica no novo regime. Teoriza sobre o papel da família, da educação, das forças armadas. Posiciona-se perante as grandes opções políticas do seu tempo e fixa a política externa.”
Como é que o único texto - e respectiva publicação - que se conhece, redigido pelo homem que mais tempo governou Portugal, permaneceu na penumbra durante anos e anos mesmo entre os meios académicos nacionais, tendo sido publicado não muito longe de cá, na quase vizinha França e num mundo que se arroga a globalizado, é coisa que dificilmente se compreende. Isto tendo em conta parâmetros da mais objectiva sensatez.
Foi preciso uma editora quase marginal entre os meios lusos trazer a público um texto essencial para a compreensão do pensamento do homem que marcou o século XX português.
História do livro - Em meados de 1936, um emissário da editora francesa Flammarion negociou com António de Oliveira Salazar a publicação de um livro que, resumindo as opções políticas e a acção governativa do Estado Novo, constituísse o «cartão de visita» do pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris, a realizar entre Maio e Novembro de 1937
[...] Ignorado no nosso País durante décadas, Como se levanta um Estado mantém-se, pelas suas características singulares, uma obra indispensável na análise do fenómeno salazarista e no estudo de um período determinante da história política nacional.
Logo no príncipio do livro, escreveu Salazar:
A desordem política
«Desde logo, o funcionamento irregular dos poderes públicos - um pouco causa e um pouco efeito de todas as outras desordens. Independentemente do valor dos homens e da rectidão das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supunham ser por direito, os representantes da democracia; e exerciam de facto a soberania nacional, mas simultaneamente conspirando. A Presidência da República não tinha força nem estabilidade.
O Parlamento oferecia constantemente o espectáculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, e escandalizava o País com o seu procedimento e a inferior qualidade do seu trabalho. Aos ministérios faltava coesão; não podiam governar, mesmo que alguns governantes desejassem fazê-lo.
A desordem política
«Desde logo, o funcionamento irregular dos poderes públicos - um pouco causa e um pouco efeito de todas as outras desordens. Independentemente do valor dos homens e da rectidão das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supunham ser por direito, os representantes da democracia; e exerciam de facto a soberania nacional, mas simultaneamente conspirando. A Presidência da República não tinha força nem estabilidade.
O Parlamento oferecia constantemente o espectáculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, e escandalizava o País com o seu procedimento e a inferior qualidade do seu trabalho. Aos ministérios faltava coesão; não podiam governar, mesmo que alguns governantes desejassem fazê-lo.
A administração pública, incluindo a das autarquias e das colónias, em vez de representar a unidade e a acção progressiva do Estado, era pelo contrário símbolo vivo da falta de colaboração geral, da irregularidade, da desorganização que gerava, até nos melhores espíritos, o cepticismo, a indiferença e o pessimismo.»
Isto foi escrito em 1936...mas parece escrito em 2007 !
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