No Arquivo Nacional da Torre do Tombo consta a seguinte condenação:
“Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado, o seu corpo exposto aos quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido: com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos.
Total: duzentos e setenta e cinco, sendo cento e quarenta e oito do sexo feminino e cento e vinte e sete do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e quatro mulheres”.
D. João II, perdoou-lhe e ordenou a absolvição do condenado. Tal perdão foi baseado na seguinte frase: “O padre Francisco Costa contribui para o povoamento da Beira Alta”. A Beira Alta era uma região muito despovoada nesses...e nestes tempos !
Comentário - O homem era tremendo, foi padre, mas podia ter tido qualquer outra actividade. Tinha excesso de testosterona, e não precisou de Viagra ! No ter filhos de afilhadas, comadres e escravas não veio nada de mal ao Mundo. No caso do encesto com irmãs, com a tia e com a mãe, já é mais condenável por questões morais e genéticas, mas é assunto, ainda hoje, mais vulgarizado do que aquilo que se possa pensar. Nos finais do século XIX,, foi enredo para dois famosos romances de Eça de Queiroz, Os Maias e a A Tragédia da Rua das Flores ! Em Trancoso, a casa onde viveu este padre é actualmente o restaurante O Museu.
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