Fui Bocage, o Rei das Broncas !

Nasci Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage, em Setúbal no dia 15 de Setembro de 1765 e morri em Lisboa em 1805. Dizem que fui um dos maiores poetas portugueses e possivelmente o maior representante do arcadismo lusitano.

Herdei o Barbosa por parte do pai e o Hedois du Bocage do avô materno.Apesar das numerosas biografias publicadas após a minha morte, boa parte da minha vida permanece um mistério. Fui um homem moderno, pois acreditei sempre mais no sexo do que no amor.

Por causa das minhas broncas e da minha vida boémia estive engavetado no Limoeiro, no cárcel da Inquisição, no Real Hospício das Necessidades e até no Convento dos Beniditinos. Foi aí que Frei José Veloso me conseguiu pôr a viver de forma mais decente e recatada.

Morri de aneurisma numa rua do Bairro Alto.Também é lá do alto, que me puz a olhar para este Portugal e para o Mundo de hoje, e resolvi escrever neste blog umas novas broncas.

Nos meus tempos fui perseguido pela Inquisição e pelo Pina Manique, depois veio o Salazar com os seus esbirros da Pide, agora os governos de turno tentam impedir as criticas com perseguições modernas, com as Finanças a perseguir pelo IRS, escutas telefónicas, perseguições nas carreira e etc., etc., mas como eu já estou morto...o pior é para aqueles que ainda estão vivos !

domingo, 22 de julho de 2007

Saramago. Honra ao Mérito !

LEVANTÁ-LO DO CHÃO? ELE NÃO ESTÁ AÍ

Um artigo do DN, e muito bem escrito, por Ferreira Fernandes: «Saramago foi acusado de tudo, até de traidor. Porque disse que amanhã vamos ser Espanha. Nem disse que gostava que assim fosse, disse como quem diz o inevitável: "Amanhã a Terra acaba." Vamos insultar os cientistas que garantem isso? Não uivarei com os lobos. Saramago tem mais de 80 anos e continua a trabalhar.

Ele paga os impostos em Portugal, podendo não o fazer. Eu, que vivo em Portugal, não cuspo para a sopa. Outra coisa, ele tem uma profissão útil: escreve (não vende, por exemplo, "pit bulls"). E escreve em português. Num país que diz tanto "a minha pátria é a língua portuguesa", é contraditório com ser traidor. E escreve bem português: não discuto se é ou não grande escritor, digo que não escreve "çamarra". Logo, não lesa a pátria (a língua).

Ah!, e ele ganhou o Nobel de Literatura. Ao alcance de qualquer um, eu sei, mas não é o mesmo que ser administrador em fábrica do sogro. Ou é? E ainda: ele tem 80 anos e ama. Gostava de ver o caixote do lixo de quem tanto o despreza !

Comentário : Saramago não precisa que o defendam, mas merece o artigo de opinião de Ferreira Fernandes. Na sua História de Espanha, Fernando G. de Cortázar e José Manuel G. Vesga, dizem o seguinte:

«Quando ainda não existiam os reinos medievais com as suas peculiaridades nem os Estados modernos com a sus história nacional, Portugal e Espanha constituíam um todo, uma paisagem e uma mesma gente capaz de fazer da Península a sua casa e de enfrentar junta as intempéries e formas de vida extremamente duras. à margem de fronteiras, estabelecidas ao acaso com o passar dos séculos ou o esquadro da política, a história portuguesa e espanhola era então - e foi até à entrada na Idade Média - uma única história peninsular. » E os homens até têm razão !

Depois há que esclarecer as "gentes" que Hispânia e Ibéria são sinónimos. Os gregos chamavam Ibéria à nossa península, e os romanos Hispânia. Tão Hispano ou Ibero sou eu que nasci em Lisboa, como qualquer espanhol que tenha nascido em Alicante ou Barcelona !

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