O sistema ECHELON
Acredita-se que a NSA/CSS, com a cooperação das agências equivalente nos Reino Unido (Government Communications Headquarters), Canadá (Communications Security Establishment), Austrália (Defence Signals Directorate), Nova Zelândia (Government Communications Security Bureau) e outros conhecidos como o grupo UKUSA, sejam os responsáveis pelo Sistema Echelon.
As suas capacidades, suspeita-se, transformam-na no maior interceptor de transmissões telefónicas, fax e até tráfico de dados da Internet, com o objectivo de procurar ameaças à segurança mundial. Há vários locais onde são interceptadas essas transmissões, dos quais se destacam os Estados Unidos e a Inglaterra.
Talvez você não saiba, mas tudo o que você fala pelo telefone ou transmite pela Internet e pelo fax, é controlado, em tempo integral, via satélite, pelo Sistema Echelon, uma sofisticada máquina cibernética de espionagem, criada e mantida pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, com a participação directa do Reino Unido, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia.
Com suas actividades iniciadas nos anos 80, o Echelon tem, como embrião histórico, o Pacto denominado Ukusa, firmado secretamente pela Grã-Bretanha e pelos EUA, no início da Guerra Fria. Destinado à coleta e troca de informações, o Pacto Ukusa resultou, nos anos 70, na instalação de estações de rastreamento de mensagens enviadas desde e para a Terra por satélites das redes Intelsat (International Telecommunications Satellite Organisation) e Inmarsat.
— Outros satélites de observação foram enviados ao espaço para a escuta das ondas de rádio, de celulares e para o registro de mensagens de correios electrónicos. Além disto, já sob o guarda-chuva do Echelon, são captadas as mensagens de telecomunicações, inclusive de cabos submarinos e da rede mundial de computadores, a lnternet. Em linguagem técnica, o objectivo dessa rede (network) é o de captar sinais de inteligência, conhecidos como sigint.
O segredo tecnológico do Echelon consiste na inter-conecção de todos os sistemas de escuta. A massa de informações é espectacular e, para ser tratada, requer uma triagem pelos serviços de espionagem dos países envolvidos, por meio de instrumentos da inteligência artificial.
“A chave da interpretação — afirma Nicky Hager; pesquisador do tema — reside em poderosos computadores que perscrutam e analisam a massa de mensagens para delas extraírem aquelas que apresentam algum interesse. As estações de interceptação recebem milhões de mensagens destinadas às estações terrestres credenciadas e utilizam computadores para decifrar as informações que contêm endereços ou textos baseados em palavras-chaves pré-programadas”.
Os “DICIONÁRIOS “, Fidel e o MST
Estas palavras-chave resumem os alvos principais dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de seus sócios no Echelon. Integram os chamados “dicionários”, que são produzidos e trocados, sistematicamente, entre esses organismos.
Entre essas palavras encontram-se, por exemplo, os nomes de Fidel Castro, Saddam Hussein e Hugo Chávez e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. Incluem, também, expressões como terrorismo, guerrilha, narcotráfico e ajuda ao Terceiro Mundo.
O acesso a alguns desses “dicionários” só tornou-se possível graças à colaboração de ex-agentes — sobretudo australianos e neo-zelandeses — com pesquisadores ligados a ONGs defensoras das liberdades públicas e do direito à privacidade.
Os megacomputadores da NSA ( os teraflops ) são capazes de reconhecer automaticamente a identidade dos interlocutores, numa conversação telefônica. Podem traduzir cerca de 150 idiomas diferentes !
Além de palavras-chave, o código do Echelon também inclui cifras-chave. 5.535 representa as comunicações diplomáticas japonesas; 8.182 indica a troca de tecnologias criptográficas. Os documentos resultantes das pesquisas recebem símbolos distintivos: Moray (secreto), Spoke (ultra-secreto), Gamma (interceptação de comunicações russas, mesmo no pós-Guerra Fria).
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