Fui Bocage, o Rei das Broncas !

Nasci Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage, em Setúbal no dia 15 de Setembro de 1765 e morri em Lisboa em 1805. Dizem que fui um dos maiores poetas portugueses e possivelmente o maior representante do arcadismo lusitano.

Herdei o Barbosa por parte do pai e o Hedois du Bocage do avô materno.Apesar das numerosas biografias publicadas após a minha morte, boa parte da minha vida permanece um mistério. Fui um homem moderno, pois acreditei sempre mais no sexo do que no amor.

Por causa das minhas broncas e da minha vida boémia estive engavetado no Limoeiro, no cárcel da Inquisição, no Real Hospício das Necessidades e até no Convento dos Beniditinos. Foi aí que Frei José Veloso me conseguiu pôr a viver de forma mais decente e recatada.

Morri de aneurisma numa rua do Bairro Alto.Também é lá do alto, que me puz a olhar para este Portugal e para o Mundo de hoje, e resolvi escrever neste blog umas novas broncas.

Nos meus tempos fui perseguido pela Inquisição e pelo Pina Manique, depois veio o Salazar com os seus esbirros da Pide, agora os governos de turno tentam impedir as criticas com perseguições modernas, com as Finanças a perseguir pelo IRS, escutas telefónicas, perseguições nas carreira e etc., etc., mas como eu já estou morto...o pior é para aqueles que ainda estão vivos !

sábado, 14 de julho de 2007

Então e a Chechénia "tovarich" ?

Terrorismo e diálogo

Timothy Bancroft-Hinchey, creio que redactor chefe do Pravda.ru, publica um artigo que começa: «Com o estado de caos no Estado de Iraque e os ataques terroristas renovados no Reino Unido, fica evidente que a batalha entre civilizações (que todos tentavam não referir) já começou, ajudado e fomentado pela falta de visão do clique neoconservador em Washington.

São horas para diálogo antes que seja tarde demais.» Que continua:
«Há quase 60 anos, os Palestinianos foram retirados das suas terras e lares, depois das potências ocidentais mais uma vez traçarem linhas em mapas e formarem fronteiras em terras alheias. Há 30 anos, a comunidade muçulmana em Bradford e Leeds no Reino Unido já despertava as atenções por não estar integrada na sociedade britânica.»

«O terrorismo é o resultado de um processo falhado de diálogo, em que as posições descendem no ódio que cria o desejo de matar e ferir o maior número de vítimas. O terrorismo também é um negócio que engendra o tráfico de armas, redes de protecção e um jogo que envolve pelo menos dois jogadores. Para dançar o tango, é preciso um casal. Para ter um “nós”, é preciso um “eles”.

Nunca se pode dar razão aos terroristas, seja de que maneira se manifestem, seja uma criança ocidental desventrada por estilhaços de vidro num shopping ou num aeroporto, seja uma criança iraquiana que perde os membros por causa de uma bomba lançada por um piloto norte-americano.

Nunca se pode dar razão aos terroristas, seja de que maneira se manifestem, seja uma criança ocidental desventrada por estilhaços de vidro num shopping ou num aeroporto, seja uma criança iraquiana que perde os membros por causa de uma bomba lançada por um piloto norte-americano.

Encarado com uma guerra prolongada entre dois mundos, uma batalha entre as civilizações em que entra a mais profunda das bandeiras – a religião – o Reino Unido enfrenta um futuro complicado

Al Qaeda não vai simplesmente deixar de existir. Irá persistir porque tem todos os requisitos para fomentar uma campanha terrorista: uma causa (justiça para o Islão em geral e os palestinianos em especial) e uma fonte inesgotável de novas recrutas. No Iraque, atentados perpetrados pelos Sunitas e insurgentes Al Qaeda são mortíferos e altamente profissionais.

No Reino Unido, são amadores e quase sempre falham. Hoje. Amanhã terão sucesso e o povo britânico lembrar-se-á do dia em que seu Primeiro-ministro os levou numa viagem ao inferno ao lado do regime neoconservador de Washington, controlado pelos lobbys das armas e de energia.

A verdade é que enquanto não haja uma solução definitiva de paz no Médio Oriente, em que Israel deixa todas as pretensões sobre terras que nunca lhe pertenceram e todos os membros da comunidade internacional reconhecem o seu direito de existir dentro das fronteiras estabelecidas pela ONU, Al Qaeda terá sempre causa para alimentar as chamas do ódio.

O incêndio foi alastrado pela aventura pessimamente planejada de Washington no Iraque e as chamas foram alimentadas pelos actos de tortura, estupro, assassínio, o campo de concentração em Guantanamo e actos de terrorismo de estado no Iraque e Afeganistão.
O unilateralismo e a arrogância de Washington pioraram a situação. Só através de uma abordagem multilateral, baseada no estado de direito e envolvendo todos os jogadores num processo de diálogo, pode-se pensar em fazer qualquer progresso.»
E termina:

«Falar acerca do reconhecimento e respeito mútuo e um empenho honesto no diálogo, para construir pontes entre os mundos do Islão e não-Islão, faz todo o sentido neste momento delicado na nossa história. Senão, que futuro teremos construído para os nossos filhos e netos?»

Conclusão, sem defender o terrorismo islâmico, acaba por concluir que a culpa é dos judeus. dos americanos, dos ingleses, e no fundo de todos aqueles que sofrem ataques terroristas ! Oxalá que eles não se lembrem das matanças que D. Afonso Henriques e os seus descendentes fizeram aos "mouros" !

Mas agora uma pergunta, e a Chechénia amigo Thimoty ? E a matança de Beslan ? A culpa foi dos russos ?

Há quanto tempo dura o conflito na Chechênia?

A Chechênia declarou independência da Rússia em 1991, mas o ex-presidente russo Boris Yeltsin esperou até 1994 para enviar tropas à região, para restaurar a autoridade de Moscou. A primeira guerra da Chechênia terminou com uma humilhante derrota para as forças russas em 1996.
Em 1º de outubro de 1999, o então primeiro-ministro russo (e depois presidente) Vladimir Putin deu início a uma nova ofensiva, uma "operação antiterrorista" parcialmente desencadeada por uma onda de atentados contra apartamentos em Moscou e em outras partes da Rússia. Putin atribuiu os ataques a rebeldes chechenos.

Ainda no início de 1999, forças chechenas tentaram estabelecer um Estado islâmico na república autônoma russa do Daguestão, que faz fronteira com a Chechênia. O que querem os chechenos?A população média busca paz e tranqüilidade. Os combatentes rebeldes querem independência ou, pelo menos, um governo autônomo, que eles quase obtiveram após 1996.

Assim que as forças militares deixaram o país, em 1997, os chechenos elegeram o seu próprio presidente - Aslan Maskhadov, um ex-oficial da artilharia soviética que havia sido o principal comandante militar dos rebeldes chechenos. A decisão sobre o status político da Chechênia foi adiada por cinco anos, após um acordo de paz ter sido negociado pelo governo checheno com Moscou. Mas, durante o período de paz, Maskhadov foi incapaz de controlar seus comandantes mais radicais e a república rebelde mergulhou na anarquia, tornando-se uma das "capitais mundiais" no acto de tomar reféns.

No que se transformou a política de Putin? Em outubro de 2003, o líder checheno pró-Moscou Akhmad Kadyrov foi eleito presidente, após a realização de um controvertido referendo em março daquele ano. Os principais rivais de Kadyrov se retiraram da disputa antes da eleição.

O referendo aprovou uma nova Constituição que dava à Chechênia maior autonomia, mas estipulava que a república continuaria integrando a Rússia. A eleição presidencial e o referendo puderam ser realizadas apesar da crescente violência e da presença de milhares de soldados russos na Chechênia.

Se o presidente Putin imaginou que um líder pró-Moscou poderia resolver o problema, o líder russo subestimou a determinação e a brutalidade dos rebeldes chechenos. Kadyrov já havia escapado de uma série de tentativas de assassinato até ter sido morto na capital chechena, Grozni, em um mega-atentado a bomba num estádio de futebol, realizado em maio deste ano. E os rebeldes seguiram atacando outros alvos na Rússia.

Diversos atentados suicidas a bomba contra alvos russos têm sido realizados desde o cerco de um teatro de Moscou em 2002, quando militantes chechenos tomaram centenas de reféns. Um ataque atribuído aos separatistas chechenos em fevereiro e realizado no metrô moscovita matou dezenas de pessoas. Continuam acontecendo ataques diários contra tropas russas na Chechênia e civis chechenos seguem desaparecendo em decorrência das operações de segurança das forças russas.

Existem perspectivas para a paz?

Não. O plano da Rússia de normalização da região está desordenado, após a morte de Kadyrov.

Novas eleições presidenciais serão realizadas na Chechênia no dia 29 de agosto. O ministro do Interior checheno, Alu Alkhanov, deve ser o provável vencedor. Mas críticos e observadores internacionais afirmam que eleições limpas são impossíveis, já que a violência continua a atingir a sofrida república.

Diferentemente de seu predecessor, Alkhanov não conta com uma forte base de apoio. Os rebeldes não deram qualquer sinal de que pretendem interromper seus ataques esporádicos, mas destrutivos - que agora vêm se intensificando através de atentados suicidas. Autoridades russas disseram que 250 rebeldes, disfarçados de policiais, lançaram um ataque coordenado em Grozni, no dia 21 de agosto, pouco antes de uma visita do presidente Putin.

Moscovo não está disposta a realizar negociações de paz com os rebeldes e desde os atentados de 11 de setembro de 2001 tem havido pouca pressão internacional por uma solução negociada por um conflito. Os rebeldes têm ligações com a Al-Qaeda? Parece provável. Sabe-se que há anos voluntários islâmicos viajaram para a Chechênia para se aliar à luta pela independência. Segundo relatos, eles aderiram aos rebeldes após terem feito treinos em campos do Afeganistão e do Paquistão.

Em outubro de 2002, um dos suspeitos de realizar de realizar os atentados de 11 de setembro disse a um tribunal alemão que o suposto líder dos seqüestradores dos aviões, Mohammed Atta, pretendia combater na Chechênia.

Um dos principais militantes que combateu no conflito foi um árabe conhecido como Khattab - um veterano da guerra do Afeganistão contra a então União Soviética. Khattab teria supostamente mantido ligações telefônicas com Osama Bin Laden.

Telefonemas interceptados também fizeram com que autoridades americanas alegassem que combatentes chechenos estabelecidos na Geórgia, perto da fronteira com a Chechênia, estavam em contato com a Al-Qaeda.

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