Fui Bocage, o Rei das Broncas !

Nasci Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage, em Setúbal no dia 15 de Setembro de 1765 e morri em Lisboa em 1805. Dizem que fui um dos maiores poetas portugueses e possivelmente o maior representante do arcadismo lusitano.

Herdei o Barbosa por parte do pai e o Hedois du Bocage do avô materno.Apesar das numerosas biografias publicadas após a minha morte, boa parte da minha vida permanece um mistério. Fui um homem moderno, pois acreditei sempre mais no sexo do que no amor.

Por causa das minhas broncas e da minha vida boémia estive engavetado no Limoeiro, no cárcel da Inquisição, no Real Hospício das Necessidades e até no Convento dos Beniditinos. Foi aí que Frei José Veloso me conseguiu pôr a viver de forma mais decente e recatada.

Morri de aneurisma numa rua do Bairro Alto.Também é lá do alto, que me puz a olhar para este Portugal e para o Mundo de hoje, e resolvi escrever neste blog umas novas broncas.

Nos meus tempos fui perseguido pela Inquisição e pelo Pina Manique, depois veio o Salazar com os seus esbirros da Pide, agora os governos de turno tentam impedir as criticas com perseguições modernas, com as Finanças a perseguir pelo IRS, escutas telefónicas, perseguições nas carreira e etc., etc., mas como eu já estou morto...o pior é para aqueles que ainda estão vivos !

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Broncas artísticas em Portugal !

Um pouco de cultura estética, para amaciar as Broncas !

Políptico de São Vicente, da autoria de Nuno Gonçalves, pintor português e um dos grandes mestres da pintura do século XVI. uma Autêntica Obra Prima da Pintura Universal que está em exposição no Museu Nacional de Arte Antiga, ou Museu das Janelas Verdes. São seis painéis, que segundo a ordem em que actualmente estão dispostos, são respectivamente da esquerda para a direita, o painel dos Frades, o painel dos Pescadores, o painel do Infante, o painel do Arcebispo, o painel dos Cavaleiros e o painel da Relíquia.

Mas aonde está a bronca ?

A sua obra prima para a catedral de Lisboa foi destruída no terramoto de 1755, e a sua outra obra com o tema de São Vicente, o santo patrono de Lisboa e da casa real de Portugal, esteve desaparecida até 1882, quando foi descoberta no convento de São Vicente. Não foi senão em 1931, quando sua obra foi exposta em Paris, que Gonçalves recebeu o reconhecimento internacional que merecia.

A bronca está em que dizem, que foi Columbano Bordalo Pinheiro que em 1882, encontrou esses painéis nas obras da Igreja de São Vicente, e que estavam a ser usados como tábuas nos andaimes montados para esses trabalhos. Parece que por sorte, tinham as pinturas viradas para baixo !

Mas as broncas no respeito pela arte, dos "portugas", não fica por aqui !

Parece que D. Fernando II, Duque de Saxe-Coburgo-Gotha, um homem de grande cultura e marido de D. Maria II, prestou em 1836 um bom serviço ao património nacional, salvando dum inevitável vandalismo o convento da Batalha, que tinha sido vendido como pedreira, e D. Fernando teve de pagar do seu bolso ( dos bens que tinha na sua terra natal, a Alemanha) a sua recuperação para ao Estado. Conseguiu também que no orçamento das obras públicas se destinassem algumas verbas para a sua reparação e manutenção.

Vejam bem, o Mosteiro da Batalha, hoje Património Mundial, vendido para pedreira !

Dizem também que mesmo monarca consorte, conseguiu salvar a famosa custódia de Belém, que estava destinada a ser fundida ! E o melhor é parar por aqui, porque até dá vontade de chorar !

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