Fui Bocage, o Rei das Broncas !

Nasci Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage, em Setúbal no dia 15 de Setembro de 1765 e morri em Lisboa em 1805. Dizem que fui um dos maiores poetas portugueses e possivelmente o maior representante do arcadismo lusitano.

Herdei o Barbosa por parte do pai e o Hedois du Bocage do avô materno.Apesar das numerosas biografias publicadas após a minha morte, boa parte da minha vida permanece um mistério. Fui um homem moderno, pois acreditei sempre mais no sexo do que no amor.

Por causa das minhas broncas e da minha vida boémia estive engavetado no Limoeiro, no cárcel da Inquisição, no Real Hospício das Necessidades e até no Convento dos Beniditinos. Foi aí que Frei José Veloso me conseguiu pôr a viver de forma mais decente e recatada.

Morri de aneurisma numa rua do Bairro Alto.Também é lá do alto, que me puz a olhar para este Portugal e para o Mundo de hoje, e resolvi escrever neste blog umas novas broncas.

Nos meus tempos fui perseguido pela Inquisição e pelo Pina Manique, depois veio o Salazar com os seus esbirros da Pide, agora os governos de turno tentam impedir as criticas com perseguições modernas, com as Finanças a perseguir pelo IRS, escutas telefónicas, perseguições nas carreira e etc., etc., mas como eu já estou morto...o pior é para aqueles que ainda estão vivos !

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O Mundo e as eleições nos Estados Unidos da América do Norte

Ódio e amor aos Estados Unidos da América

Os que lhe têm ódio culpam-os de todos os males que há no Mundo . Fomes, miséria, emissões de CO², terramotos, "tsunamis", guerras, enfim praticamente de tudo o que de mal, lhes vem à cabeça. Mas todos anseiam o famoso visto de entrada, que lhes dará direito a trabalhar e a viver no que era antes, o país mais odiado. A partir de aí, o ódio transforma-se em amor, e nunca mais pensam em sair ! Quando normalmente depois, comparam os seus países de origem com o seu novo país de acolhimento, é como comparar o inferno com o céu.

A opinião dos não americanos

Um comentador político lusitano, disse e muito bem, num canal de TV cá do burgo, que se fossem os cidadãos mundiais a escolher o próximo presidente dos EUA, Obama teria mais de 90% dos votos ! Só que a América do Norte não é o resto do Mundo. E não pensem que votariam em Obama por pensarem que o os EUA e o Mundo iriam melhorar pela sua eleição. Votariam nele só por imaginar que o "meio-preto" iria destruir os EUA !

Num livro publicado nos finais dos anos 60 sobre as diferenças entre o capitalismo e o socialismo soviético, os comunistas diziam, e com toda a razão, que os êxitos económicos dos EUA, não tinham nada que ver com o capitalismo. Devia-se apenas a que TINHAM UM GRANDE TERRITÒRIO, GRANDES RIQUEZAS NATURAIS E TINHAM SIDO COLONIZADOS PELOS POVOS MAIS CAPAZES E MAIS TRABALHADORES DA EUROPA !

Já quando Eça de Queiroz, visitou o MIANTONOMAH , um barco de guerra americano, ( finais do século XIX ), escreveu:

"Há duzentos anos uns poucos de calvinistas exilados fretaram um barco na Holanda húmida e úbere, e sob o equinócio e os grandes ventos, miseráveis, austeros, levando uma Bíblia, partiram para as bandas da América.

Duzentos anos depois, estes homens que tinham ido solitários, num barco apodrecido das maresias, derramaram uma esquadra épica pelo mediterrâneo, pelo Pacífico, pelo mar das Índias, pelo Atlântico, pelos mares do Norte.

Aquela colónia de desterrados, que choravam de frio, esfomeados, rotos, que dormiam às humidades do ar numa capa esfarrapada, é hoje a América do Norte os Estados Unidos.

América do Norte significa trabalho, fé, heroísmo, indústria, capital, força e matéria. Ultimamente via eu o Miantonomah, sinistro e negro caçador de esquadras: é toda a imagem da América frio, sereno, contente, material, e cheio de fogos, de estrondos, de maquinismos, de forças e de fulminações.

É o que amedronta naquele navio a frieza na força".

É isto a América do Norte, queiram ou não queiram, senhores !

Esta á grande verdade amigos ! A grande maioria dos cidadãos dos EUA descende dos "pilgrims", daqueles miseráveis que fugiram da Europa enfrentando todas as privações e perigos, devido às perseguições religiosas e políticas e à miséria que tinham que enfrentar nos seus países de origem. Nos séculos seguintes continuou sempre a mesma fuga de esfomeados, a caminho do sonho americano. Na Europa ficou sempre o "refugo", ficámos NÓS, que agora somos os críticos do sistema americano, porque os nossos antepassados não tiveram a coragem e o valor de enfrentar os perigos da travessia !

Quando o D. João V construiu o Convento de Mafra - o maior edifício português, ainda os norte-americanos viviam em casas de madeira ! Entre 1914 e 1945 em duas guerras terríveis, os europeus que por cá tinham ficado, tentaram desesperadamente aniquilar-se uns aos outros. Não o conseguiram totalmente, mas tiveram mais de 40 milhões de mortos e uma destruição nunca vista na história mundial. Tiveram que vir os norte-americanos a lutar e morrer por uma guerra que não era sua, para a conseguirem parar.

Logicamente que os descendentes dos corajosos "pilgrims", nunca poderão pensar como os descendentes daqueles que não tiveram coragem de partir ! NÓS não pensamos no trabalho, fé, heroísmo, indústria, capital, força e matéria que descreve o Eça, só pensamos no Estado Previdência, Saúde por conta do Estado, Casas Sociais por conta do Estado, Educação por conta do Estado, reformas mesmo para quem nunca tenha trabalhado e subsídios para tudo - enfim uma vida de "chulice" - pedir tudo à Pátria mas quase não lhe dar nada em troca !

Comentário do Bocage - Quando nasci ainda os EUA eram uma das treze colónias do rei Jorge III, depois tornaram-se independentes mas para mim não passavam de uma terra cheia de búfalos e de pele-vermelhas !

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