Não há muito tempo, passou na TV2, um programa sobre a história dos comboios nos USA. Dizia-se nesse programa que os TGV estavam fora dos planos nesse pais, porque ainda não se tinha encontrado maneira de evitar que automóveis, camionetas, autocarros ou qualquer outro obstáculo, fosse parar às linhas onde circulavam esses comboios a grande velocidade, ocasionando um tremendo acidente.
Na Europa também ainda não se encontrou a solução. Mas não há problema, pois num continente onde só no século XX, nas várias guerras onde se viu envolvido, morreram mais de 50 milhões de seres humanos, é mais morto menos morto...e apita o comboio !
No que respeita a Portugal quanto à discussão do TGV, o assunto ainda é mais interessante A nossa linha internacional de ferro carril que nos liga com a Espanha e portanto com a Europa, ainda é de VIA ÚNICA, o que vai para lá tem que esperar pelo que vem para cá, e quando não esperam chocam, mas já estamos a pensar no Train de Grande Vitesse ( TGV ).
Do oito ao oitenta ! E quanto aos milhares de milhões que isso vai custar, não há problema, aumentará por 100 ou 200 euros o que cada português deverá ao estrangeiro.
Recebido por E-Mail, mas muito bem observado !
Diz o E-Mail: «Há uns meses optei por ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado o bilhete, dei comigo num comboio que só se diferenciava dos nossos Alfa por ser menos luxuoso e dotado de menos serviços de apoio aos passageiros.
A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demorou cerca de cinco horas.
Não fora ser crítico do projecto TGV e conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemas únicos dos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos. Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de rique za .
A resposta está na excelência das suas escolas, na qualidade do seu Ensino Superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches e jardins-de-infância em cada esquina, nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade. Percebe-se bem porque não construíram estádios de futebol desnecessários, porque não constroem aeroportos em cima de pântanos nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais,
O TGV é um transporte adaptado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo.
É por isso, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, que existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez que não o encontramos na Noruega, na Suécia, na Holanda e em muitos outros países ricos. Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento de cercade 7,5 mil milhões de euros não terá qualquer repercussão na economia do País.
Para além de que, dado hoje ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar.
Com 7,5 mil milhões de euros pode construir-se mil escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas (a 2,5 milhões de euros cada uma), mais mil creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais mil centros de dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um).
Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências, como a urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.
CABE ao Governo REFLECTIR.
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